Livro - Good Strategy, Bad Strategy - Richard Rumelt

Livro - Good Strategy, Bad Strategy - Richard Rumelt
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Nas últimas semanas resolvi me desafiar e ler Good Strategy, Bad Strategy do Richard Rumelt em inglês. Diferente do livro anterior que era uma história de ficção com palavras “simples”, esse trás uma linguagem mais corporativa, mas ainda assim entendível. Esse é um dos livros mais citados em MBAs, mas raramente praticado de verdade. Ele fala sobre estratégia de um jeito que faz muios planos corporativos cheio de frases bonitas parecerem palavras soltas para impressionar CEO/acionista.

Um ponto interessante é a abordagem de boa estratégia, que não é falar que você quer “ser líder de mercado”, “transformar o futuro” ou “inspirar o mundo”. Isso é desejo. Estratégia de verdade é identificar um problema específico, entender o que realmente trava o progresso e montar um plano de ação coerente pra resolver. Parece óbvio, mas como o próprio autor diz, o óbvio é o que mais se ignora.

Rumelt mistura histórias de guerras, viradas de empresas e decisões improváveis pra mostrar que uma boa estratégia nasce de foco. É escolher o que não fazer, cortar o excesso, mirar num ponto e usar o pouco que você tem pra gerar o máximo de impacto. Ele fala sobre achar o “ponto de alavanca”, aquela decisão que muda o jogo sem precisar de um exército de recursos, ou como Emilio, grande amigo e cliente sempre me dizia: ação para mudar o ponteiro.

Outra ideia forte é que vantagem não é um acidente. Ela se constrói com decisões que se reforçam, como qaundo posicionamos aquele peão atrás do cavalo no xadrez, como peças onde cada parte ajuda a outra a funcionar melhor e ser mais forte. Crescimento por exemplo, não será vantajoso se não for organizado. Crescer por crescer é só inflar o ego (ou a planilha). Crescer tem que ser com propósito, organizado, tudo bem amarrado, quando o ambiente e as escolhas permitem.

Ele também fala sobre a inércia, esse peso que faz as empresas repetirem o mesmo movimento por anos. Em vez de brigar com ela, o bom estrategista aprende a usá-la a favor, muda o que precisa, mas respeita o que funciona.

No fim, Rumelt mostra o outro lado da moeda. A má estratégia. Aquela feita pra caber em um slide, cheia de palavras bonitas, mas vazia de ação. O tipo que todo mundo aplaude na reunião e esquece no dia seguinte.

A leitura me fez pensar em como o básico é poderoso quando é bem feito. Estratégia boa não precisa de buzzword, precisa de clareza e coragem pra escolher. Rumelt não romantiza o assunto, ele lembra que pensar exige esforço e que na maioria das vezes, o maior inimigo da boa estratégia é a preguiça de pensar.

É um livro direto, sem frescura, que te faz olhar pro seu próprio plano e se perguntar: isso aqui é estratégia mesmo ou só um desejo bem formatado?

Recomendo!