Pressionado pela Microsoft, Yahoo Anuncia Parceria com o Google

Pressionado pela Microsoft, Yahoo Anuncia Parceria com o Google
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O Yahoo! vai ceder parte do seu espaço publicitário para o Google em um teste que, na prática, reforça sua posição diante da proposta não solicitada da Microsoft. Pelo acordo, anunciado nesta quarta-feira (9), o Google poderá exibir anúncios em cerca de 3% das buscas feitas nos Estados Unidos via Yahoo. O experimento está previsto para durar duas semanas; depois disso, os resultados serão avaliados antes de qualquer decisão sobre ampliar a parceria.

A movimentação acontece no meio da disputa por aquisições. A Microsoft tinha colocado na mesa uma oferta de US$ 31 por ação e vinha pressionando por um acordo, enquanto o Yahoo julgava o valor baixo e buscava alternativas. Ao recorrer ao Google, o Yahoo envia um recado claro ao mercado de que tem como aumentar receita de anúncios sem, necessariamente, aceitar a compra.

Do lado regulatório, a proposta acende alertas. Somados, Google e Yahoo chegariam perto de 81% do mercado de buscas nos EUA, de acordo com números da época, enquanto uma eventual fusão Microsoft + Yahoo ficaria em torno de 31%. A preocupação é que a combinação com o Google consolide ainda mais um único player na publicidade online, algo que já vinha sendo discutido por causa da compra da DoubleClick por US$ 3,2 bilhões.

A Microsoft reagiu rápido. Brad Smith, responsável por assuntos legais da empresa, resumiu o ponto de vista:

Isso tornaria o mercado muito menos competitivo, algo que contrasta com nossa proposta ao adquirir o Yahoo!

No Congresso, o senador Herb Kohl, do comitê antitruste, também sinalizou reservas e disse rejeitar qualquer acordo permanente que aumente em excesso a concentração do setor. A avaliação dos reguladores será determinante para o futuro dessa parceria.

No mercado, o quadro de 2008 mostrava o Google com cerca de 59% das buscas, o Yahoo na segunda posição e a Microsoft correndo atrás. Um teste como esse pode melhorar a monetização do Yahoo no curto prazo, mas, se avançar, também reduz alternativas independentes para anunciantes e publishers, pressionando preços e condições em um ecossistema já concentrado.

Em termos tecnológicos, a integração exige alinhar sistemas de leilão, critérios de relevância e métricas de desempenho, sem sacrificar a experiência do usuário. Mesmo sendo um piloto pequeno, a experiência é significativa e pode redefinir o equilíbrio de forças entre as três empresas.

Fonte: Folha Online.